NOTICIAS DA GREVE:
26/05/2011
Conheça o líder da greve dos servidores de Joinville(Por camille cardoso AN)
Ulrich Beathalter é o principal articulador entre os servidores públicos que estão parados há 18 dias A figura alta e magra de um professor de português discursando ao microfone é a imagem da greve dos servidores municipais que há quase três semanas monopoliza as atenções da equipe do prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT). Presidente do Sindicato dos Servidores (Sinsej), o paranaense Ulrich Beathalter, 35 anos, é filiado ao mesmo partido do prefeito desde 1994. Votou em Carlito e fez campanha pelo prefeito em todas eleições que pôde desde que se mudou para Joinville. Ulrich e Carlito, desde 2010, estão frente a frente em mesas de negociação. Ulrich não completou dois anos como líder do sindicato, mas comanda a segunda greve da categoria. A paralisação de 2011 chega a 18 dias hoje. O avanço na mobilização abriu portas para que a posição de Ulrich tenha um quê de messiânica para vários servidores. “Parabéns por resumir e expressar nossos sentimentos”, escreveu a Ulrich um professor no microblog Twitter, sobre a primeira reunião do sindicato com vereadores, na terça-feira. Dentro do PT, no entanto, ele admite já ter ouvido críticas. A greve e as consequências dela – 70% das escolas municipais paradas, atendimento na rede prejudicado – é um pepino e tanto para o prefeito. Podem respingar nos planos de reeleição do PT à Prefeitura da cidade com maior PIB do Estado. — Já me disseram que é mais importante preservar o partido. Mas acho que a luta dos trabalhadores está acima de tudo —, teoriza o professor, casado e pai de dois filhos pequenos. Com ídolos como Frei Betto e o ex-frei Leonardo Boff, Ulrich está na ala do PT que ainda ostenta o símbolo da foice e do martelo. O mesmo lado do colega de partido Adilson Mariano, outro rosto proativo da greve. E o único vereador que, segundo Ulrich disse na quarta, nunca mudaria de ideia sobre a decisão de trancar a pauta de votação da Câmara em favor dos grevistas. Com tanta exposição, Ulrich reconhece já ter sido sondado quanto a pretensões políticas dentro do próprio PT (do qual nunca cogitou desfiliação). Desconversa sobre o assunto. — Não digo que desta água não beberei, mas uma candidatura é coisa para o futuro —, afirma. Diz ainda que, se houver, a decisão será “em conjunto” com o partido. Mas descarta rivalizar com Mariano na busca por uma vaga na Câmara. De PM e bancário a professor O dia a dia de Ulrich Beathalter se divide desde o dia 9 de maio, início da greve, nas manifestações quase diárias, sempre de manhã. À tarde, percorre os dois acampamentos de grevistas – um no Hospital São José e o maior deles, com 13 barracas, em frente à Prefeitura. O telefone celular não para de tocar. Anuncia de deliberações sobre o cotidiano da greve a pedidos para entrevistas. Em geral, Ulrich consegue chegar à casa onde mora, no Paranaguamirim, antes das 20 horas. Com a greve, parou de dar aula em uma universidade privada no Glória. Ulrich mora no mesmo bairro desde que chegou a Joinville, em 1994. Ele tinha 18 anos e somente a experiência de trabalho na roça dos pais, catarinenses que cultivavam soja e milho em Santa Helena (PR). Concluiu o ensino médio com aulas noturnas. Adolescente, aproximou-se do sindicalismo por meio de uma cooperativa de jovens agricultores. A soma rendeu a admiração pelo movimento da Teologia da Libertação. Ulrich foi catequista e participou da liturgia católica em sua paróquia joinvilense até pouco tempo atrás. Em Joinville, abrigou-se na casa de uma irmã, decidido a fazer faculdade e a ser professor em área de humanas. Ficou três meses desempregado até passar em um concurso para a PM. Durou um ano. — Não era para mim. Aos 19, fazia rondas, estourava bocas de fumo, assegurava o andamento de eventos como a Oktoberfest. O soldo desanimador e “o estresse”, nas palavras dele, o fizeram procurar emprego num banco, onde trabalhou sete anos. O salário era bom, mas o estresse continuou. — Éramos 15 quando entrei. Quando sai, éramos três fazendo o mesmo trabalho. A sorte veio com diferença de menos de uma semana: passou no concurso da Prefeitura e no do Estado. Os vínculos continuam. Ulrich ganha cerca de R$ 2,8 mil, metade custeados pelo sindicato. Explica-se: as 20 horas na Prefeitura, que continua recebendo, rendem cerca de R$ 1,4 mil. Mas, em assembleia, ficou decidido que o sindicato dobraria o salário para cobrir a licença não-remunerada do cargo no Estado. Antes de ser presidente do Sinsej, Ulrich se dividia entre o turno nas escolas Sadalla Amin Ghanem e na Baltazar Buschle.
25/05/2011
Greve em Joinville: Câmara tranca pauta para pressionar Prefeitura nas negociações
A pressão de mais de 600 servidores em greve provocou uma decisão radical da Câmara de Vereadores de Joinville na tarde de terça-feira (24). O objetivo é tentar pressionar a Prefeitura a reiniciar a negociação salarial com os grevistas. Depois de uma reunião do presidente da Câmara, vereador Odir Nunes (DEM), com o presidente do Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais), Ulrich Beathalter, ficou acordado que a pauta de projetos enviados pelo Executivo será trancada para votação nas comissões permanentes e em plenário. Odir destacou que os projetos que tratarem de crédito suplementar adicional não serão colocados na pauta do dia. “São propostas que destinam recursos para determinadas secretarias. Isto é fundamental para a administração municipal. É uma forma de os vereadores contribuírem para o retorno das negociações”, afirmou. O vereador também destacou que diante deste impasse entre Prefeitura e sindicato, não colocará em votação os projetos que tratam do pacote de medidas para a reforma administrativa do município. “Se depender da minha pessoa, não entra reforma neste ano. Isto é algo para começo de governo, e não final”, acrescentou. As únicas propostas que serão votadas são as que tratam de convênios para entidades que necessitam de recursos, como a Apae. “O legislativo não pode ser omisso com entidades que precisam de ajuda, mas não colocaremos em votação projetos ligados a verbas somente do Executivo”, frisou. Odir tratou de retirar os projetos da sessão ordinária para votação em plenário, deixando a palavra livre para os vereadores e acompanhamento das centenas de grevistas.
24/05/2011
13:24- Um dos lados vai acabar cedendo nesta greve (Coluna de Luis Verissimo no ND)
Confronto
Um dos lados vai acabar cedendo nesta greve. A Prefeitura garante que não tem dinheiro para atender à proposta de reajuste exigida pelo sindicato dos servidores públicos. E o prefeito Carlito Merss vai mais longe: mesmo que tivesse, não poderia dar porque ultrapassaria o percentual de comprometimento da receita com a folha de pagamento, conforme imposição da Lei de Responsabilidade. O sindicato afirma que a greve continua até que a Prefeitura reabra as negociações e atenda a alguns pontos considerados “inegociáveis”. O confronto vai levar a dois caminhos distintos: ou a Prefeitura acaba cedendo ou a greve vai terminar aos poucos com a desistência dos servidores em função do desconto dos dias parados.
Esperança
Muitos grevistas acreditam que a Prefeitura esteja blefando com relação a isso. Independentemente do mérito, os dias parados serão descontados. Esta é a esperança da Prefeitura: aos poucos, principalmente na saúde e na educação, os servidores acabem retornando ao trabalho para não terem mais dias descontados.
13:15- Câmara de Vereadores de Joinville quer conceder aumento aos servidores da casa
Odir Nunes busca alternativa para reajustar salário dos 288 funcionários do Legislativo Enquanto Prefeitura e Sindicato de Servidores Municipais de Joinville (Sinsej) não entram em acordo para colocar um fim à greve que já dura 16 dias, o presidente da Câmara de Vereadores, Odir Nunes (DEM), busca uma alternativa para dar aumento para os 288 funcionários do Legislativo, que são regidos pelas mesmas leis. Na sexta-feira passada, Odir foi ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) fazer uma consulta sobre a possibilidade de conceder reajuste de 5% apenas para os servidores da Câmara, valor abaixo da inflação. Caso receba aval do TCE, Odir dará o percentual aos servidores que trabalham no Legislativo. Ao todo, segundo levantamento feito no mês de março, são 234 cargos comissionados (sendo 211 assessores de vereadores e 23 cargos comissionados na estrutura administrativa da casa) e 54 funcionários concursados. Para consolidar a proposta, seria feito um projeto de resolução da mesa diretora da Câmara. Desta forma, o prefeito não precisaria assinar a lei. Atualmente, o Legislativo gasta R$ 1,02 milhão com salários (sem contar os gastos com encargos trabalhistas). O aumento custaria cerca de R$ 50 mil mensais a mais aos cofres da Câmara ou R$ 600 mil por ano. — Não sei se é possível e só faremos se tivermos o parecer favorável do TCE. Mas é uma forma de mostrar para os servidores que trabalham com os vereadores, que nós nos esforçamos para pagá-los um salário digno —, esclarece Odir Nunes. Pela lei, o reajuste de todos os funcionários municipais, incluindo os do Legislativo, está atrelado à decisão da prefeitura. Da mesma forma, o orçamento da Câmara depende de repasses da Prefeitura. Atualmente, o orçamento da casa é de R$ 27,3 milhões. Ao contrário da Câmara, a Prefeitura diz que não tem dinheiro para conceder reajuste agora, por causa do comprometimento dos gastos da folha com a receita. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Contas, não há data para responder à consulta feita pela Câmara. O TCE informou que é a primeira vez que recebe um pedido desse tipo. Além disso, o órgão estadual desconhece outra cidade catarinense em que o Legislativo tenha reajustado o salário dos servidores sem o consentimento da Prefeitura. Na proposta de Odir, o eventual aumento de 5% dado aos servidores seria descontado de um possível reajuste dado pela Prefeitura. Ou seja, caso a administração municipal concedesse 8%, os servidores que trabalham no Legislativo teriam mais 3% a receber. Já no caso dos cargos comissionados, a proposta de Odir é semelhante à da Prefeitura: 5%. Mas a administração municipal pretende conceder apenas a partir de janeiro do ano que vem, enquanto que, na Câmara, seria a partir da aprovação do projeto de resolução.
13:05- Metade dos postos de saúde de Joinville está fechada
Segundo a Secretaria da Saúde, 381 servidores aderiram à greve A Secretaria de Saúde de Joinville divulgou na segunda-feira a lista de postos de saúde que estão atendendo à população. Dos 56 postos, a metade está fechada. Até agora, segundo informações da secretaria, 22,41% dos servidores da área aderiram à greve, ou seja, 381 trabalhadores. Os servidores da prefeitura estão em greve há três semanas. Quem precisar de consultas ou de serviços básicos de saúde nos locais onde os postos estão fechados pode procurar a regional do seu bairro para atendimentos médicos e medicamentos.
23/05/2011
13:30- Terceira semana de greve do servidores públicos de Joinville começa com manifestação
Prefeitura responde negativamente à contraproposta do sindicato Centenas de servidores se reuniram nesta segunda-feira em frente à Prefeitura de Joinville para reafirmar a paralisação enquanto não houver reajuste e para forçar uma negociação entre sindicato e governo. Eles estão em greve há três semanas. A movimentação resultou numa passeata pela rua Hermann August Lepper até a Casa da Cultura e seguiu pela rua Saguaçu, em frente à Seinfra. À tarde, os comandos de greve tentarão mobilizar ainda mais trabalhadores. Na terça-feira, a paralisação ganha outro tom e passa a marcar presença nos bairros. Os grevistas se encontrarão em frente à Secretaria Regional da Vila Nova, atrás do terminal urbano, às 9h, para chamar a atenção da população. E ao final da tarde, por volta das 17h, os grevistas se encontram na Câmara de Vereadores para tentar sensibilizar os paralamentares para a causa da greve. Conforme o chefe de gabinete da Prefeitura, Eduardo Dalbosco, o governo mantém sua posição: não haverá aumento este ano. A contraproposta enviada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej), na última sexta, foi respondida nesta segunda de manhã com a negativa referente à possibilidade de parcelamento dos 5% de reajuste, além da inflação. O governo admite aumento somente para o próximo ano.
22/05/2011
19:23- CONTRATAÇÕES NO SÃO JOSÉ.
Sete dos 12 técnicos de enfermagem que deverão substituir temporariamente os servidores em greve no Hospital Municipal São José, no Anita Garibaldi, foram contratados nesta semana. De acordo com o diretor Tomio Tomita, eles devem ficar prioritariamente no pronto-socorro, mas poderão trabalhar em outras alas de acordo com a necessidade. “Vamos manter os pacientes de urgência e emergência estáveis, mas o atendimento segue comprometido”, lamenta. Outros cinco profissionais devem ser chamados até o final da próxima semana para completarem o quadro de funcionários contratados de forma emergencial. O salário inicial do técnico de enfermagem é de R$ 1.815,31. O contrato é de 30 dias, mas pode ser prorrogado.
18:25- GREVE EM JOINVILLE: ASSOCIAÇÕES COBRAM SOLUÇÕES.
Representantes das escolas se reuniaram na noite desta sexta-feira (20) Cerca de 140 integrantes de 32 APPs (Associação de Pais e Professores) se reuniram na noite de sexta-feira, às 19h, na sede do Círculo Operário de Joinville, no Bucarein, para discutir soluções para o fim da greve dos servidores municipais. Segundo os organizadores, o governo tem focado o impacto da paralisação sobre os serviços de saúde, mas a área da educação também tem sido prejudicada, afetando os alunos e as famílias. “As consequências da greve sobre a educação estão esquecidas. Nossos filhos estão perdendo aulas que não poderão ser recuperadas depois. Não estamos defendendo o governo ou o sindicato, mas os interesses de nossos filhos. Queremos respeito”, destacou Djeverson de Souza, que presidiu a reunião. Ficou decidido que uma comissão integrada só de pais entregará um ofício na tarde de segunda-feira (23) para a Prefeitura, o Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville) e a Promotoria de Justiça. O objetivo é convocar os órgãos para uma reunião na terça-feira à noite, em horário e local ainda a serem definidos, e mediar a negociação entre as partes. “Queremos o fim do impasse e a normalização das atividades. Os dois lados precisam ceder”, declarou Souza. Os integrantes das APPs saíram com a missão de mobilizar o maior número possível de pais para participar da reunião. Estiveram também no encontro o gerente do Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville), Josiano Godoi, e o vereador Jaime Schroeder, que esclareceram pontos das reivindicações com pais e professores. Os organizadores esperavam ainda a presença do prefeito Carlito Merss, mas ele não compareceu.
18:13- GREVE DOS SERVIDORES MUNICIPAIS CAMINHA PARA A TERCEIRA SEMANA
Sem negociação Mobilizados. Grevistas se concentram diariamente em frente à Prefeitura de Joinville. Eles cobram reajuste salarial ainda este ano, mas governo quer conceder aumento para o início de 2012 A assembleia do Sinsej (Sindicato Servidores Públicos Municipais de Joinville) aprovou na manhã de sexta-feira, em frente da Prefeitura, a contraproposta de reajuste salarial de 6,5% e mais duas parcelas de 2,5% para serem aplicadas até o final de ano. Um documento com a intenção do sindicato foi protocolado no gabinete do prefeito Carlito Merss. O presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, argumentou que o ato foi o primeiro passo para que os dois lados sentem na mesma mesa e retornem a discutir sobre o reajuste salarial. “Fizemos a nossa parte, já que a Prefeitura queria uma sugestão. Foi aprovada por todos os servidores que compareceram na assembleia”, comentou. Ulrich revelou que nesta segunda-feira (23) haverá nova assembleia para discutir a resposta da Prefeitura. “Vamos torcer para que seja positiva ou que haja uma nova proposta. É um caminho que começa a se abrir”, acrescentou. O chefe de gabinete da Prefeitura de Joinville, Eduardo Dalbosco, antecipou que não existe possibilidade financeira de a Prefeitura atender ao pedido protocolado pelo Sinsej. Ele justifica que as finanças estão no limite nas despesas com pessoal, em torno de 48%. “Até compreendo o pedido do reajuste de 6,5%, mas não há como repor a perda salarial em 5%. Isto quebraria totalmente o orçamento disponível no momento”, assegurou. Dalbosco reafirmou que a Prefeitura manterá a proposta de 8% em janeiro de 2012 e a negociação na data-base de maio do próximo ano das perdas salariais.
21/05/2011
21:05- ATAQUE
A Prefeitura está partindo para o ataque contra os grevistas. O prefeito Carlito Merss lembrou que o próprio presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, considerou a greve política, durante a reunião na Secretaria Municipal de Saúde, realizada na quarta-feira passada. Carlito reforçou que se tivesse condições, daria 100% de aumento para os servidores, mas está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Este foi um dos motivos para a reunião que Carlito promoveu com os vereadores ontem à tarde. Tratou de mostrar números, alegando que tem hoje uma receita comprometida em 48% com o pagamento de funcionários. Caso desse o reajuste almejado pelo Sinsej, as contas estouriam em 53%. Isso configuraria crime de responsabilidade fiscal. Agora, resta esperar que os vereadores tenham se convencido desta situação.
20:50- GREVISTAS CONTINUAM ACAMPANDO EM FRENTE A PREFEITURA.
20:45- Povocação
Para o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, a proposta do Sinsej (Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Joinville) de reajuste salarial de 6,5% e mais duas parcelas de 2,5% até o final de ano foi uma provocação. Dalbosco justifica que a Prefeitura deixou bem claro que somente com o reajuste normal baseado na inflação seria difícil viabilizar, quanto mais 5% de perdas. Então, na próxima segunda-feira, às 9h, em nova assembleia dos servidores em frente da Prefeitura, já se sabe qual será a resposta da administração municipal.
.SEGUNDA 09:00 EM FRENTE A PREFEITURA, MANIFESTAÇÃO DOS SERVIDORES EM GREVE.
.Carlito Merss garante que os dias parados na greve serão descontados em folha.
Mais um problema vai contribuir para que a greve dos servidores públicos de Joinville se prolongue ainda mais. Não bastasse a decisão da Prefeitura em não conceder reajuste, alegando que não pode ultrapassar o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, surge agora a questão dos descontos dos dias parados. Na sexta-feira (20) à tarde, ao participar da gravação de um programa de televisão, Carlito Merss garantiu a este colunista que os dias parados serão descontados nos salários de maio. A decisão já foi tomada e certamente vai contribuir para que a greve siga por tempo indeterminado. “Na outra greve - justificou - os quatro dias não foram descontados, mas agora seria uma injustiça para aqueles que ficaram trabalhando em jornada dupla para compensar a ausência dos faltosos.” Números O prefeito recebeu alguns números da greve de quinta-feira no Hospital Municipal São José que o deixaram particularmente magoado com os técnicos de enfermagem. Segundo ele, o salário inicial é de R$1.900 no município, R$ 900 no Hospital Regional e entre R$ 1.000 e R$ 1.200 na Unimed. “Nós pagamos o melhor salário”, garantiu Carlito. Motivo Na quinta-feira, ainda de acordo com informação do prefeito no programa de TV, dos 1.150 servidores do Hospital Municipal São José, apenas 140 estavam parados, dos quais mais da metade (80) eram técnicos de enfermagem do pronto-socorro e do centro cirúrgico.
Pais vão pressionar por solução para greve dos servidores de Joinville.
Intenção das APPs é reunir grevistas e Prefeitura para tentar um acordo Os pais de alunos da rede municipal resolveram se manifestar. Na sexta, cerca de 50 representantes de várias associação de pais e professores (APP) se reuniram na sede do Círculo Operário, no bairro Bucarein, para tentar buscar uma solução para o fim da greve. A intenção deles é até mediar um encontro entre a Prefeitura e o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) para que os dois entrem em acordo. — Não estamos do lado de ninguém. Apenas dos nossos filhos —, justificou Djeverson Pretto, presidente da APP da escola Anna Harger, no Guanabara. A proposta apresentada por Pretto é que se convoque uma assembleia com a presença dos pais. O convite para uma reunião na terça-feira será entregue na segunda ao Sinsej e à Prefeitura. — A intenção é que todos se manifestem, dando opiniões de como a gente pode ajudar —, disse. Segundo ele, se precisar, os pais tentarão até mesmo buscar um meio legal. — Vamos estudar de que forma podemos fazer isso, se dá para recorrer ao Ministério Público ou à Justiça. O que queremos é que se resolva este impasse —, disse Pretto. A preocupação é que a falta de aulas diminua a qualidade do ensino e principalmente o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), já que em Joinville há escolas entre as mais conceituadas do País. — Também queremos ver de que forma vão repor as aulas. Daqui a pouco tem Festival de Dança e muitas escolas servirão de alojamento. Será que as crianças vão ter aulas até o Natal? —, questionou Pretto. Câmara desiste de intermediar Os vereadores também resolveram se reunir para tentar entender as razões pelas quais sindicato e Prefeitura não se conversam. Na quinta-feira, uma comissão especial, formada por um membro de cada partido com representação na casa, se encontrou com representantes do Sinsej para ouvir deles as reivindicações que teriam dado início à greve.